Os brasilienses Ana Paula Marques e Herivelton Anastácio serão os representantes da cidade no Mundial de Vela Adaptada. Com o lema “De Brasília para o mundo”, eles competirão na categoria Hansa 303. A delegação brasileira é formada por outros dois atletas: os mineiros Antônio do Carmo e José Matias de Abreu, representantes do país nas Paralimpíadas de 2016, com o atleta da capital. Esta é a competição mais importante no calendário da modalidade e ocorrerá deste sábado (15/9) até 22 de setembro, na cidade de Sheboygan, em Wisconsin, nos Estados Unidos.
O torneio conta com 10 regatas e receberá mais de 100 atletas de 40 países. A classe Hansa 303 é destinada a competidores com amputações, paralisia cerebral e lesões medulares. O comprometimento de mobilidade nesta categoria é um requisito. A brasiliense Ana Paula Marques foi vice-campeã em 2017 e pratica halterofilismo para reforçar a estrutura muscular. Isso ajuda a reduzir as diferenças dela contra adversárias sem lesão medular.
Os atletas de Brasília treinam no Clube Almirante Alexandrino e, no Mundial, representarão o 7º Comando do Distrito Naval. Será a terceira vez que defenderão a cidade no evento internacional. Mauro Osório, presidente da Federação Brasiliense de Vela Adaptada, acredita que os velejadores da cidade possam trazer um resultado ainda melhor este ano e confia que Ana Paula tenha chance de buscar a medalha de ouro desta vez. “No ano passado, não tínhamos conhecimento das adversárias dela, não fizemos prognósticos. Nesta temporada, reforçamos os treinamentos, focando nas dificuldades de 2017, e já conhecemos as rivais”, comenta.
Paralimpíadas
Organizado pela Federação Internacional (World Sailing), o Mundial será um teste importante para o regresso da modalidade às Paralimpíadas de Paris, em 2024. O Comitê Paralímpico Internacional tirou a vela e o futebol de sete dos próximos Jogos, em decisão tomada em 2015. Como substitutos, entraram o taekwondo e o badminton. “Os inspetores do Comitê Paralímpico Internacional monitoram o crescimento da vela adaptada com foco na possibilidade de retorno para as Paralimpíadas de Paris. Esse evento é importante para os atletas e mais ainda para a modalidade”, explica Mauro Osório.
Segundo o regulamento do COI, para integrar o programa de uma Paralimpíada, a modalidade necessita ser “regularmente e amplamente” praticada em 24 países, para disputas por equipes, e em 32 nações, para competições individuais. Por esse motivo, este ciclo paralímpico pode ser decisivo para o futuro da vela adaptada.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fernando Brito