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Veja quais são os pedidos dos atletas brasileiros para o Papai Noel

Em clima de Natal, atletas visam medalhas no Pan-Americano de Lima-2019 e sonham com vagas antecipadas para Olimpíadas de Tóquio-2020

postado em 24/12/2018 09:19 / atualizado em 24/12/2018 15:17

Rio de Janeiro —
Destaques brasileiros em 2018 revelaram ao Correio os pedidos para o Papai Noel. Aos 28 anos, o campeão olímpico Arthur Zanetti quer vaga para encerrar a carreira nos Jogos de Tóquio-2020. Novos talentos, como os nadadores Pedro Spajari, 21, e Gabriel Santos, 22,  almejam recolocar a natação brasileira no pódio. Eles venceram o revezamento 4 x 100m do Pan-Pacífico. A expectativa também é por medalha entre algumas das modalidades estreantes nas Olimpíadas do Japão. São os casos do surfe, skate e até do basquete 3 x 3. 

Os desejos foram feitos a poucos dias do ano pré-olímpico e dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru,  de 26 de julho a 11 de agosto. Protagonista de três medalhas olímpicas nos Jogos do Rio-2016, Isaquias Queiroz manteve o alto rendimento em 2018. Aos 24 anos, o baiano de Ubaitaba venceu o Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Atleta do Ano pela terceira vez. Ele também havia sido escolhido em 2015 e 2016.

Ao Bom Velhinho, Isaquias esboçou o pedido para adiantar a medalha olímpica dos Jogos de 2020. Em tom de brincadeira, ponderou que havia ganhado presente suficiente neste ano: três medalhas em Campeonatos Mundiais, chegando a 10 na competição. Foi ouro no C1 500m e no C2 500m, ao lado de Erlon Silva; e bronze na prova olímpica de C1 1000m, em Montemor-o-Velho, uma vila de Coimbra, em Portugal. “Papai Noel pode ficar tranquilo. Ganhei muita coisa em 2018 e sei que a medalha em Tóquio depende muito de treinamento”, ponderou.

As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, ambas de 27 anos, faturaram o ouro na Classe 49er FX na Rio-2016. Para repetir a façanha do outro lado do mundo em 2020, porém, o desafio será maior. “Para as Olimpíadas no Rio, nós passamos os quatro anos velejando na raia olímpica por ser na nossa casa. Agora, teremos de otimizar o tempo para os Jogos no Japão”, avalia Martine. A atleta se dedicou um ano à Regata Volta ao Mundo.

Juntas novamente

Jesùs Renedo | Magic Marine
Após um ano afastada, a dupla de velejadoras disputou duas competições na raia onde será realizada a prova dos Jogos Olímpicos de Tóquio: elas venceram a Enoshima Olympic Week e o evento teste, válido como a primeira etapa da Copa do Mundo de Vela 2018/19, ambas em setembro. “As condições lá são realmente muito difíceis. Ventos muito fracos ou muito fortes com onda. Então, estamos vendo em qual local podemos fazer um treinamento parecido, estudando a raia”, explicou Martine.

Enquanto as velejadoras correm contra o tempo, a nadadora Ana Marcela Cunha, tetracampeão do Circuito Mundial de maratona aquática neste ano, não quer se antecipar. Vencedora do prêmio do COB de Melhor Atleta de 2018, a baiana de 26 anos dá um passo de cada vez na busca pelo único feito ausente no currículo de 10 medalhas mundiais: o pódio olímpico. A nadadora não conseguiu nos Jogos de Pequim-2008 e do Rio-2016.

“Pensamos na próxima etapa da Copa do Mundo, no Mundial e, depois da classificação, aí, sim, teremos um ano de planejamento para as Olimpíadas”, diz a brasileira recordista de medalhas. Para Darlan Romani, finalista do arremesso de peso na Rio-2016, as lembranças da festa olímpica no Rio motivam. “O Brasil deu show nas Olimpíadas e acolheu os atletas. Ver a torcida de dentro da pista foi prazeroso. Em Tóquio, saberei que tem uma população inteira torcendo por mim”, orgulha-se o atleta de 27 anos.

Despedidas e renovações olímpicas em 2018


Satiro Sodré/SSPress/CBDA
O ano de 2018 marcou a despedida de atletas consagradas do Brasil. Aos 31 anos, a pernambucana Joanna Maranhão deu adeus às piscinas. A brasiliense Érika Miranda deixou os tatames. A “capitã” da geração mais vencedora do judô feminino brasileiro, ao lado de Sarah Menezes e Rafaela Silva, conquistou a quinta medalha consecutiva em mundiais. Ela se tornou, ao lado de Mayra Aguiar, a judoca brasileira com maior número de medalhas em torneios desse nível.

O ginasta Arthur Zanetti, campeão olímpico em Londres-2012 e prata no Rio-2016, diz viver o último ciclo olímpico. Recuperado de lesão no bíceps do braço direito, o paulista de 28 anos voltou ao pódio nos campeonatos mundiais em 2018, depois de duas edições sem medalhas. Em Doha, Zanetti conquistou a prata nas argolas, atrás apenas do atual campeão olímpico, o grego Eleftherios Petrounias. Para o brasileiro, a disputa entre os dois pelas primeiras colocações nas argolas deve se repetir em Tóquio.

Outro campeão olímpico próximo da aposentadoria é César Cielo. O nadador de 31 anos pode ter dado as últimas braçadas em competições oficiais no Mundial de Piscina Curta deste mês, em Huangzhou, na China. Entretanto, só anunciará a data da despedida em janeiro. Após a frustração pela falta de pódio da natação brasileira nos Jogos do Rio-2016, os resultados em Mundiais voltaram a acender a esperança sobre a modalidade com uma renovação forte.

O mais velho do quarteto medalha de ouro no 4 x 200m livre do Mundial de Piscina Curta de 2018 é Leonardo Santos, de 23 anos. Luiz Altamir, 22, Fernando Scheffer, 20, e Breno Correia, 19, completaram o revezamento. Na mesma competição, o Brasil pegou bronze no 4 x 100m livre. “O mais legal é que foi com novos nomes e em uma variedade maior de provas”, destaca Gabriel Santos, uma das revelações deste ciclo olímpico.

O nadador paulista de 22 anos esteve no ouro do Brasil nos 4 x 100m livre no Pan-Pacífico 2018 — herdado após eliminação da equipe dos Estados Unidos por troca na ordem dos nadadores — e na prata no 4 x 100m livre do Mundial de Budapeste em 2017. “Além dos revezamentos, vemos nadadores dos 200m livre, 100m livre e não apenas um nome como costumávamos ver antes, como Thiago Pereira e Cesar Cielo”, frisa Gabriel Santos.

*A repórter viajou a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)