Conheça a participante de 90 anos da Corrida Maluca e se divirta com vídeo

São Paulo - Amigos de infância, Diego Burgo e Ricardo Taveira fundaram o Clube de Experimentações e Invenções Científicas quando tinham apenas 9 anos. A sede do Ceic, já que tinha até sigla, era no sótão da casa dos pais de Diego. O que a mãe dele não sabia era que, entre as inovações, estava a escavação de um túnel que chegou a ter 1,5 metro até ser descoberto. Agora, com 40 anos, eles voltaram a colocar a criatividade em prática. Desta vez, na corrida maluca de carros não motorizados da Red Bull, em São Paulo.

Sem precisar esconder a experimentação dos pais, Diego convidou a avó para integrar a equipe paulista do carro Marmitex. Aos 90 anos, Dona Izaura esbanjou alegria e orgulho do neto, que é gerente de marketing. "Fico emocionada e admirada com eles", comenta a participante mais velha do evento. Foi do neto também a ideia do tema do carro, ao preparar o almoço para levar para o trabalho. "Minha avó estava passeando pelo local da nossa reunião e decidimos convidá-la como a quinta integrante, que aceitou de imediato", conta Diego. 

Na prática, o time lançou uma marmita gigante, com área de 1,8m por 3m e 2,45m de altura, ladeira abaixo na tarde de domingo (14/4). Os apresentadores chegaram a apostar que o carro de 84,5 kg tombaria na descida, fato que só ocorreu após o carro ultrapassar a linha de chegada, e com a intenção do piloto, para levantar a torcida. Na rua Consolação, uma das principais avenidas de São Paulo, muita gente encarou uma garoa constante para se divertir com a criatividade de mais de 60 carrinhos. 

 

Ao todo, 500 projetos foram inscritos para a sexta edição da corrida maluca no Brasil. Desses, 11 foram enviados só por uma turma de servidores públicos de Brasília. Nenhum dos integrantes é nascido na capital federal, mas foi na cidade onde moram atualmente que se conheceram e criaram o carro Sanduela de Mortadita, em alusão ao prato mais famoso do Mercado Municipal de São Paulo, o sanduíche de mortadela. 

Coube a Ronald Alves transportar o carrinho de Brasília até São Paulo. Ele viajou de uma cidade à outra de carro, e levou a engenhoca no reboque. Mas essa não foi a primeira vez que eles representaram Brasília no evento. Na edição de 2015, disputada em Goiânia, a equipe encarou uma viagem bem mais curta até a competição e terminou a corrida na terceira colocação. "Pegamos o carro que usamos em 2015 e refizemos ele, soldamos, melhoramos. Então fizemos um sanduíche e colocamos em cima", explica Rafael Azevedo, outro integrante. 

 

Os integrantes de cada equipe são responsáveis por empurrar o carrinho sem motor em direção à ladeira. Haja coragem. Após a parte mais íngreme, os pilotos encaram obstáculos como rampas e fenos pelo caminho. A torcida vibra a cada descida; e se diverte mais ainda nas capotagens. Nesse caso, o bom humor toma conta e os participantes terminam o percurso nem que precisem empurrar no braço o veículo, enquanto são ovacionados pelos presentes por causa do espírito aguerrido. 

O tom de brincadeira compõe a atmosfera do evento, que contou com um público de 30 mil pessoas. A nota total de cada time é resultado da soma de três critérios. São avaliados o tempo para percorrer o trajeto; a criatividade do projeto e a performance antes da largada. Os participantes vão fantasiados e se jogam na coreografia antes de lançar o carro na ladeira.

A equipe Papaterra, de Santa Catarina, foi a vencedora. "Antes de largar, o nervosismo era grande, mas depois que desci, esqueci disso e só me diverti", contou Fernando Rizzotto, piloto do carro vitorioso. O time campeão ganha uma viagem para conhecer a fábrica da equipe de Fórmula 1 Red Bull Racing, sediada na Inglaterra. O grupo batizado de Imaginação Voa, de Campinas, ficou com a vice-liderança. E a anfitriã Titanatics, de São Paulo, fechou o pódio com a terceira colocação.