MMA

Renato Moicano enfrenta bate-volta dos EUA depois de vencer Jeremy Stephens

O brasiliense lutou na noite de sábado, venceu o quinto colocado do ranking da UFC, e na tarde do domingo já embarcou de volta para o Brasil %u2014 em voo de duas escalas

postado em 18/04/2017 06:00 / atualizado em 17/04/2017 22:04

Não bastava uma luta duríssima para Renato Moicano, decidida com pareceres divididos entre os jurados. O lutador brasiliense ainda pegou o avião de volta para o Brasil apenas 12 horas depois de vencer o americano Jeremy Stephens, na noite de sábado (15). “Foi bate e volta. Lutei de noite e voltei para o hotel por volta de 23h. Às 10h da manhã, eu saí para o aeroporto, e às 13h, a gente embarcou”, detalha ele.

Para piorar a situação, duas escalas separaram Kansas City, no estado de Missouri, onde o evento do UFC ocorreu, e Brasília. “Saímos de Kansas para Dallas. De lá, fomos para Miami e só então viemos para o Brasil”, destaca Moicano. As pernas de Renato carregam as marcas de sua terceira luta no UFC, todas com vitória. “Eu vou ficar uma semana me recuperando, porque elas (pernas) estão bem machucadas. Mas, na outra semana, já volto a treinar, bem lento. Aí, é esperar marcar outra luta”, explica Renato.
 
Carlos Vieira/CB/D.A Press
 

Ranking no UFC

Fora as três aparições pelo UFC, Renato Moicano tem mais oito lutas no cartel no MMA e continua invicto. Ele ganhou 10 das 11 lutas que disputou — o único duelo que não saiu com a vitória terminou em empate. Apesar do retrospecto antes de entrar na maior organização de MMA do mundo e das três vitórias em eventos organizados por Dana White, Renato Moicano não figura no ranking mundial da organização, que lista apenas os 15 primeiras de cada categoria. 
 
“Eu não luto pelo ranking ou pelo título. Luto por um desafio pessoal de ser melhor a cada luta e tentar ser o melhor em todas as modalidades”, afirma ele. Porém, depois de vencer o quinto colocado no ranking dos pesos penas, é provável que ele entre no seleto grupo de atletas. “Se eu entrar melhor, vão me oferecer lutas melhores. Mas se não entrar, não tem tanta importância. O que importa é estar melhor aqui na academia”, completa. 

A academia, que pertence a Renato Moicano e mais dois sócios, foi um dos primeiros lugares em que o lutador esteve depois de desembarcar no Aeroporto Internacional JK. “Foi uma correria muito grande. Deu um tempinho de descansar em casa, mas vim para a academia rever os amigos, agradecer a força que a galera toda desejou”, diz Moicano.
 
Carlos Vieira/CB/D.A Press
 
É na própria academia que Renato Moicano desenvolve um trabalho do qual fala com uma felicidade grande. Ele é professor de lutas nas noites das terçass e quintas. “Você só aprende o que ensina. Muitas das coisas que eu ensino aqui, na verdade, estou reaprendendo. Isso me faz ser um lutador melhor também”, assegura. 

Tradição no boxe

Moicano é treinado no boxe por Gabriel de Oliveira, filho de Servílio de Oliveira. Servílio foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, no peso mosca — a primeira medalha olímpica do boxe brasileiro. Gabriel treina Moicano desde 2011. De lá para cá, o técnico notou uma grande evolução do pupilo no esporte em que o pai se consagrou. 

“Ele já deixou de ser aposta faz tempo. Agora, ele é uma realidade do MMA mundial. O que ele fez no último fim de semana, nos Estados Unidos. é para poucos. Um cara desconhecido do grande público dominar o 5º do ranking não é para qualquer um. Moicano é preparado para ser um dos postulantes ao título dessa categoria e ele vai chegar lá”, aposta Gabriel.
 

* Estagiário sob a supervisão de Leonardo Meireles