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Ecos de 1982: como era o país na última vez que a Seleção Brasileira jogou em Natal

Time tricampeão mundial, Blitz e ditadura militar. O que mudou desde então?

postado em 06/10/2016 17:06 / atualizado em 06/10/2016 17:21

Braitner Moreira /Correio Braziliense

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A turnê da Seleção Brasileira pelo Norte-Nordeste durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 significará um retorno há muito aguardado pelo torcedor potiguar: o time voltará a jogar em Natal, na noite desta quinta-feira (6/10), após 34 anos de ausência. O adversário será a Bolívia. A última passagem pelo Rio Grande do Norte havia sido em 26 de janeiro de 1982, na vitória por 3 x 1 num amistoso contra a Alemanha Ocidental.

Nestas Eliminatórias, a equipe passou por Fortaleza, Salvador, Recife e Manaus, sempre com o objetivo de fugir de possíveis cobranças das torcidas do Sudeste e do Sul, consideradas “mais exigentes” pela antiga comissão técnica, formada por Dunga e Gilmar Rinaldi. Com Tite no comando, a Seleção finalmente estreará na região em novembro, contra a Argentina, no sexto dos nove jogos em casa, programado para o Mineirão.


Veja 10 curiosidades desde a última vez da Seleção em Natal


Time de veteranos
Nenhum jogador da Seleção era nascido quando o Brasil jogou em Natal da última vez, em janeiro de 1982. Do elenco da Bolívia, porém, três já tinham vindo ao mundo: o zagueiro Ronald Raldes, o meia Walter Flores e o atacante Pablo Escobar.

Os 11(+3)
Naquele dia, o Brasil de Telê Santana enfrentou a Alemanha com Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior (Pedrinho); Cerezo, Paulo Isidoro, Renato e Zico; Roberto Dinamite (Chulapa). Os gols da vitória foram marcados por Paulo Isidoro, Renato e Chulapa.

Blablablá tititi
O Rio de Janeiro recebeu o Circo Voador, num início ainda improvisado. Naquele mês, o palco lançou Evandro Mesquita, Márcia Bulcão e Fernanda Abreu. Você não soube me amar, da Blitz, seria a música mais tocada de janeiro.

Machucado
Tite ainda era volante, e jogava pelo Caxias. Naquele ano, sofreu a primeira lesão grave no joelho. A série de rupturas de ligamentos o fez encerrar a carreira de jogador aos 28 anos. Viraria técnico aos 29.

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Luto
Enquanto a Seleção jogava, em várias cidades pelo Brasil — Natal, inclusive — eram rezadas as missas de sétimo dia em homenagem à cantora Elis Regina, morta aos 36 anos, no auge da carreira.

O maior
O Brasil já era o maior vencedor da Copa do Mundo, com três títulos: 1958, 1962 e 1970. Em seguida, com dois, vinham Alemanha (1954 e 1974), Itália (1934 e 1938) e Uruguai (1930 e 1950). Argentina e Inglaterra tinham um.

A família cresceu
Dos 209 países hoje afiliados à Fifa, 59 não estavam associados à entidade em 1982 — logo, não podiam jogar as eliminatórias. Além de ex-repúblicas soviéticas, nações como Cabo Verde, Palestina e Taiti são “novatas”.

Supercampeões
Só três times haviam ganhado o Campeonato Brasileiro mais de uma vez: Internacional (3), Palmeiras (6) e Santos (6). Dos gigantes do futebol brasileiro, apenas o Corinthians ainda não tinha sido campeão nacional.

Novato
Maior campeão do Distrito Federal, o Gama ainda engatinhava no cenário local, com apenas um título, conquistado em 1979. Naqueles tempos, o domínio era do Brasília, vencedor de quatro dos últimos cinco torneios.

O país quebrou
Ainda submetido à ditadura militar, o Brasil era presidido por João Figueiredo. O ano marcou a falência daquele modelo econômico: a dívida externa ultrapassou os US$ 100 bilhões pela primeira vez na história e a inflação era de 99,7%.