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ELIMINATÓRIAS DA COPA

Análise: Colômbia expõe bola aérea como ponto fraco do Brasil de Tite

Todos os quatro gols sofridos com o técnico começaram em jogadas desse tipo

postado em 06/09/2017 11:00 / atualizado em 06/09/2017 11:06

Luis Acosta/AFP
Dez minutos do segundo tempo. Arias é acionado na esquerda por James Rodríguez e cruza. O centroavante Falcao Garcia se antecipa a Marquinhos, cabeceia e empata o jogo para a Colômbia: 1 x 1. O lance que impediu, nesta terça-feira, a décima vitória seguida do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018 não pode ser analisado como um caso isolado. Os quatro gols sofridos na era Tite começaram em bolas aéreas.  A mesma Colômbia, em Manaus, o Uruguai, em Montevidéu, e a Argentina, em Melbourne, chegaram às redes assim.

No primeiro turno das Eliminatórias, o Brasil, de Tite, venceu a Colômbia por 2 x 1, na Arena da Amazônia, em Manaus. O adversário igualou o placar assim: James Rodríguez cobrou falta para dentro da área e o zagueiro Marquinhos, na tentativa de interceptar a bola, cabeceou para dentro do gol.
 
 
 
Em Montevidéu, a defesa se atrapalhou após um arremesso lateral para dentro da área, um cruzamento despretensioso de Arévalo Rios para a área e um recuo de bola de Marcelo arriscado, com o peito, para Alisson, que chegou atrasado na bola e cometeu pênalti em Cavani. O centroavante cobrou e fez 1 x 0.

O gol da única derrota da era Tite — o amistoso disputado na Austrália — também começou em um cruzamento. Messi rolou para Di María, que ergueu a bola na área. Otamendi apareceu sozinho na área, cabeceou sozinho e acertou a trave. Mercado aproveitou o rebote e decretou o triunfo dos hermanos.

 

Faltam pouco mais de nove meses para o início da Copa da Rússia. Tempo suficiente para Tite consertar a redução dos espaços nas laterais, exigir atenção nas cobranças de falta e de escanteio, sincronizar a movimentação da defesa, principalmente, nas bolas aéreas, e exigir atenção redobrada. Faltou concentração a Marquinhos ao perder contato com Falcao Garcia e permitir o cabeceio do camisa 9 colombiano.

Firmino

Os cruzamentos com os pés e as mãos não são as únicas lições de casa na era Tite. Classificado por antecipação para a Copa, o treinador acertou ao fazer testes. Aproveitou o “amistoso” para observar novamente Thiago Silva, Filipe Luís, Fernandinho e Roberto Firmino desde o início. Substituto de Gabriel Jesus, Firmino foi quem mais desafinou. A ponto de Tite trocá-lo por Gabriel Jesus no segundo tempo. Há um time para a Copa, mas faltam peças de reposição. Firmino, que se destaca no Liverpool, ainda não justifica a escolha para ser o reserva do menino Jesus na Seleção. A boa notícia é que ainda há tempo para achar o plano B contra a Bolívia e o Chile.

Estepe de Casemiro, Fernandinho quase entregou o ouro no lance em que James Rodríguez finalizou dentro da área, mas foi quem deu início com um belo lançamento para Neymar ao golaço de Willian. Por sinal, o meia do Chelsea deu conta do recado ocupando o cantinho de Philippe Coutinho e colocou ponto de interrogação na cabeça de Tite. Manter Renato Augusto entre os titulares ou inserir Coutinho em seu lugar para tê-lo ao lado de Neymar, Willian e Gabriel Jesus? Os próximos jogos oficiais e os amistosos na Europa contra a Inglaterra e a Alemanha responderão.