Vôlei

ENTREVISTA

Sheilla Castro aproveita ano sabático para prestigiar marido e pintar porcelana em Brasília

Marido da jogadora, Brenno Blasciolli é auxiliar técnico do time de basquete UniCeub

postado em 11/11/2016 15:00 / atualizado em 11/11/2016 16:11



Brito Júnior / UniCeub
Na estreia do representante do DF no Novo Basquete Brasil (NBB), nesta quinta-feira (10/11), a bi-campeã olímpica Sheilla Castro estava misturada aos torcedores na arquibancada do Ginásio da Asceb, em Brasília. Neste ano sabático que a jogadora se deu depois dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, a presença dela na capital federal promete se tornar frequente. Além do marido Brenno Blasciolli, auxiliar técnico do time de basquete do Brasília, ela tem uma tia que mora na cidade. É na companhia dela, por sinal, que Sheilla está se aventurando nas artes: “Ela pinta na porcelana e eu estou pintando também”. 

De volta ao Brasil, a jogadora está em meio aos afazeres da mudança para Belo Horizonte  — ela voltou da Turquia, onde atuava desde 2014, e ficará revezando as serras mineiras com o planalto brasiliense. 

Após a correria da carreira que intercalava Seleção Brasileira e as ligas de clubes ora do Brasil, da Itália ou da Turquia há 11 anos seguidos, uma das maiores craques do vôlei mundial confessa que a saudade das quadras bate quando assisti aos jogos, mas também brinca que o sentimento “passa logo depois que a partida acaba”. 

Por mais sondagens que tenha recebido de clubes nacionais e internacionais, ela confirma que nesta temporada não volta. O retorno na próxima, ao menos, está certo. Com chances, inclusive, de ser em um clube brasileiro. 

Você já conhecia Brasília?
Já vim à Brasília jogar, mas não posso falar que eu conhecia, estou conhecendo agora. Me surpreendeu positivamente, porque tinha uma outra imagem da cidade. Quando eu falo, todo mundo ri, mas é uma cidade com pouco trânsito. As pessoas falam que tem, mas eu realmente não vejo trânsito aqui, comparado com São Paulo ou Rio, que eu morei. E tenho uma tia que já mora em Brasília há muitos anos. Fica mais fácil para mim também, porque quando eu venho para cá passo muito tempo com ela. Ela pinta na porcelana e eu estou pintando também. Isso é o que estou fazendo de diferente mesmo nessa minha pausa, passando tempo com ela. 

Já tinha assistido pessoalmente ao jogo em que seu marido estava trabalhando? 
Já tinha assistido quando ele estava no Pinheiros. No Brasília, essa foi a primeira vez que consegui vim aqui vê-lo pessoalmente e não pela tevê. 

Você não vai poder ficar para vê-lo no confronto do UniCeub contra o Vasco, no sábado (12/11), que promete ser emocionante...
Vou voltar para Belo Horizonte antes do jogo, mas teoricamente vai ser emocionante sim. O Vasco é um dos times favoritos, junto com Brasília, Flamengo, Paulistano, Mogi, sei lá.
 
Você entende de basquete? 
Entender mesmo não, quem entende é ele (marido dela, Brenno Blasciolli, auxiliar técnico do UniCeub). Mas eu entendo de esportes, de pessoas, de comportamento. Tento ajudar nesse lado. E ele também me ajuda quando preciso. Temos uma troca boa.

Você tirou esta temporada “sabática”, mas está acompanhando o vôlei?
Sim, estou acompanhando. Não vou falar que assisto a todos os jogos, mas os mais importantes eu assisto. Tenho aquela saudade, mas ainda preciso ficar um tempo longe. 

Então, já deu tempo de bater saudade das quadras?  
Sim. Quando eu vejo os jogos, dá vontade de estar dentro de quadra, mas depois que acaba já passa a vontade. Próxima temporada eu volto. 

Perspectivas de algum clube para o seu retorno? 
Está tudo em aberto. Não estou pensando muito nisso ainda, mas tem chances de eu voltar a jogar no Brasil. 

E a aposentadoria da Seleção Brasileira, está decidida mesmo?
Sim, está decidida. Já conversei com o Zé (Roberto) em 2014 e viemos conversando todo esse tempo. Não foi nenhuma decisão tomada neste ano. Vou acompanhar a Seleção sempre. Continuo conversando com o Zé, com as meninas que ficaram, mas agora de longe. 

Qual o sentimento pós-Olimpíadas do Rio? 
A gente queria muito uma medalha, não vou nem falar o ouro, mas a gente queria fechar este ciclo com mais uma medalha. Sabíamos que era uma disputa muito equilibrada, que os melhores times eram China e Sérvia. A gente teve a infelicidade de não encontrar com a China antes, que elas começaram mal, e quando nos enfrentamos perdemos. A China e a Sérvia são dois times jovens, mas muito bons e que ainda têm muitos anos para despontar. O Brasil vai começar a renovar agora, espero que surja uma geração tão boa quanto a que veio em 2004, 2005.