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Entenda como o rombo da Terracap levou à saída de Paula Pequeno

Empresa pública, principal patrocinadora do Brasília Vôlei, registra prejuízo bilionário

postado em 06/06/2017 11:00 / atualizado em 06/06/2017 15:00

Gaspar Nobrega/CBV

O impasse no novo contrato do principal patrocinador com o Brasília Vôlei é um dos motivos para a saída da única remanescente do projeto lançado em 2013. Principal referência da equipe sexta colocada na última Superliga, a bicampeã olímpica Paula Pequeno anunciou ontem a transferência para o Bauru, de São Paulo.

A ponteira nascida na capital jogou por quatro anos na cidade e buscou até patrocínio particular na tentativa de renovar o contrato, mas lamenta os efeitos colaterais de escândalos políticos no esporte local. “Brasília enfrenta um momento muito complicado politicamente e os nossos principais patrocínios envolvem o governo”, comentou.

Patrocinadora máster do Brasília, a Terracap registra um prejuízo de mais de R$ 1,3 bilhão referente às obras de construção do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. O montante é confirmado pela diretoria colegiada da companhia e ocorreu em gestões anteriores do GDF.

Os indícios de desvio de recursos públicos são investigados pela Operação Panatenaico, um dos braços da Lava Jato. Entre os alvos da apuração estão o ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda e o ex-vice Tadeu Felipelli, além da ex-presidente da Terracap Maruska Lima de Souza Holanda.

Dois meses depois da eliminação do Brasília nas quartas de final da Superliga de 2016/17, o time segue sem saber se a Terracap permanecerá investindo na  equipe. A expectativa é de que a novela só seja resolvida em julho.

Segundo a assessoria de imprensa da Terracap, “os projetos patrocinados pela empresa são feitos por meio de seleção pública, do qual podem participar vários projetos culturais e esportivos, mas para esse ano ainda não não há previsão de data para essa seleção pública”.

Outro patrocinador do Brasília Vôlei, o banco BRB renovou o investimento com o representante do DF na elite do vôlei feminino.

Gestor do Brasília Vôlei e ex-técnico do time, Sérgio Negrão havia avisado que, sem a renovação do patrocínio com a Terracap, seria inviável bancar uma jogadora como Paula Pequeno. A atleta é a principal garota-propagada da equipe. Enquanto o time fica de mãos atadas com a indefinição da renovação do patrocínio, há uma debandada do elenco sexto colocado na última edição da Superliga feminina. O time foi eliminado nas quartas de final pelo Praia Clube, no terceiro jogo dos play-offs.

Além da saída da capitã Paula Pequeno, o Brasília tem confirmada a baixa da levantadora Macris, contratada pelo Minas após ter sido a melhor da posição pela quarta edição consecutiva da Superliga — as duas últimas pelo time da capital federal. A ponteira Amanda, outro destaque da campanha candanga com 306 pontos no último ano, atuará no Praia Clube. Há possibilidade, ainda, de a central Vivian Pellegrino deixar a capital. Ela tem proposta do Rio de Janeiro. A única com renovação oficializada é a central Vivian Lima, 17, convocada pela Seleção sub-20.