Vôlei

SUPERLIGA B

Jogadores com sangue empresarial: metade do time da Upis cursa administração

Veja quais são os cursos mais cobiçados no time universitário que representou Brasília na competição nacional masculina de vôlei

postado em 22/03/2018 19:04 / atualizado em 23/03/2018 00:26

Arthur Menescal/Esp.CB/D.A.
A Upis foi eliminada na Superliga B, nesta quinta-feira (22/3), pelo Botafogo por 3 sets a 0 (25/21, 25/17 e 25/20), em General Severiano, no Rio de Janeiro. Embora não tenha avançado às semifinais da liga de acesso à elite do vôlei masculino, o time brasiliense mira competições universitárias no restante do ano e segue com papel educacional em alta. Para fazer jus ao nome da faculdade que leva, a maior parte do elenco é composta por universitários. Mas engana-se quem imagina que, após saírem das quadras, eles seguirão para a área da educação física. Metade do elenco prevê um futuro empreendedor. 

Sete dos 14 jogadores da Upis estudam ou já estudaram administração. Deles, apenas um não é bolsista na Upis. O ponteiro Marquinhos Vinícius, 28 anos, é um dos reforços que chegaram de fora da capital federal especialmente para a Superliga B. Depois que terminar a competição, Marquinhos volta para Recife para terminar o curso de pós-graduação em gestão financeira. Por lá, ele concilia a rotina de treinos, estudos e trabalho.

O central Mateus Macedo é o outro atleta do time que concluiu a graduação em administração. Ele, porém, está no caminho para conquistar o próximo diploma de nível superior, já que agora é colega de curso do ponteiro Jerson Júnior na faculdade de Direito.

No elenco da Upis, há também um artista. Aluno da Escola de Música de Brasília, o ponteiro Arthur Rinaldi, 26 anos, divide a paixão pelas quadras de vôlei com a cultivada pelo violão. Além de músico, ele está terminando o curso de História. Outro que destoa do restante do elenco dentro de sala de aula é o líbero Vinícius Augusto Xavier, que faz faculdade de Geografia.

Na atual equipe comandada por Flávio Thiessen, apenas dois jogadores seguiram os passos do técnico formado em educação física. O oposto Lucas Borges, 25 anos, está no 8º semestre do curso, mas teve de adiar a formatura. De João Pessoa, o atacante trancou o semestre para poder disputar a Superliga B pela equipe brasiliense. 

De jogador a professor de vôlei


Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press
Todos eles têm em comum a oportunidade de fazer faculdade ainda jovens, diferentemente da trajetória do ponteiro Enoch Paulino, 40 anos. O mais experiente do elenco candango já passou por equipes da elite brasileira, da Turquia e da Itália e cursou educação física nos últimos cinco anos. “Na minha época não tinha um incentivo como o Flávio faz aqui”, pontua, ao explicar que esta equipe disputa torneios nacionais, como a Superliga B, além das competições universitária, como de costume.

Além do incentivo de faculdades por meio de bolsas de estudos aos atletas, a popularização do ensino à distância possibilitou que mais jogadores se preparem para atuar em outras profissões. “Falta tempo ao esportista de alto rendimento, pois é treino de manhã e à tarde, além de toda semana ter uma viagem para competir. Atualmente, porém, a comunicação facilitou muito”, observa o ponteiro, que segue os passos do técnico Flávio e, hoje, é professor na escola de vôlei da bicampeã olímpica Paula Pequeno, em Brasília.



A turma de fora das salas de aula (por enquanto)


Arthur Menescal/Esp.CB/D.A.
Do elenco, apenas três jogadores não fazem ou fizeram faculdade. Assim como o central Symon, 21 anos, que nasceu em Salvador e atuou os dois últimos anos no Botafogo, todos vieram de fora de Brasília para reforçar a Upis na Superliga B. O levantador Léo Rocha, 22, é um deles. Mas por pouco tempo. O mineiro de Contagem, cidade localizada próximo a Belo Horizonte, tem planos de entrar para a faculdade. "Devo acabar estudando educação física, mas gostaria de fazer algo relacionado à construção civil ou à arquitetura", revela.

Já o central Frank, 20, é filho de professor de educação física e experimentou o vôlei só depois de muita insistência. “Pensei que iria a uma aula só para mostrar ao meu pai que não gostava”, lembra, antes de completar a frase com um sorriso desconcertante: “Não deu certo”. O atleta nascido em Ilha Bela-SP, hoje, sonha se profissionalizar como jogador de vôlei. Tanto que foi iniciativa dele o contato com Flávio para jogar na Upis. Um amigo que jogava com Frank conhecia um outro atleta da Upis, que, após trocas de mensagem semelhante a um “telefone sem fio”, resultou na incorporação dele no elenco.