Bem-sucedido regionalmente, o Cerrado — campeão da Liga Brasília Basquete (Braba) e da Copa Brasil Centro-Oeste de 2017 — se apega às raízes do esporte no DF para fazer bonito na primeira participação na Liga Ouro. “O critério número um foi chamar a comunidade de Brasília para participar do projeto. Conversamos com os principais treinadores e jogadores da cidade”, detalha Alexandre Jackson, técnico do clube nesta temporada.
Jackson garante que a torcida de Brasília pode esperar, antes de qualquer outra coisa, um elenco com as raízes do basquete local. Ao todo, 16 jogadores compõem o plantel, dos quais 11 têm relação direta com a capital. E nove deles são pratas da casa, revelados no projeto de categorias de base do clube. “Todos os escolhidos se engajaram no chamado. Buscamos quem tinha identidade com o projeto do Cerrado. Temos um time bastante dedicado e agressivo na forma de jogar e que vai vender caro cada jogo”, continua.
O mais experiente do elenco é o armador Fred, de 37 anos. O jogador, inclusive, foi eleito o melhor sexto homem do NBB na temporada 2008/2009, quando atuou pelo campeão Flamengo. O armador também teve passagens pelo extinto UniCeub e pelo Caxias na competição nacional. O ala Paulo Lourenço, que disputou cinco temporadas do NBB na carreira (duas pelo São José e três pelo Bauru) e se tornou um dos destaques do Cerrado nas duas conquistas do time na última temporada, continuará sendo uma das referências para a competição.
A contratação de mais dois nomes para o torneio nacional está nos planos da diretoria e da comissão técnica. “Nós esperávamos contar com alguns jogadores daqui, mas não deu certo. Com isso, faltaram nomes para fechar o elenco”, explica Jackson. Felipe Bretas, diretor do clube, em sintonia com o discurso treinador, confirma que o Cerrado Basquete está conversando com os nomes desejados. “Um desses aí pode ser um americano...”, deixou no ar.
Até o momento, o clube acertou patrocínio com cinco empresas para a temporada: Corretora Seguros BRB, Green Ambiental, Faculdade Iesplan, Academia Bluefit e Lion King Nutricão Esportiva. Porém, de acordo com Bretas, será necessário o acerto com novas parcerias para absorver todas as demandas financeiras. “Ainda aguardamos respostas de um ou dois parceiros. Um deles é uma companhia aérea”, detalha.
Maratona para jogar
Por questões de logística, ficou definido que todo o percurso do time será feito em um ônibus fretado. “Os voos para Brusque, e depois de lá para Londrina, estavam com disponibilidade reduzida e com escalas insanas de 12h, tendo que dormir em aeroporto e tudo”, explicou Felipe Bretas. Ao todo — contando ida para os jogos e volta para Brasília — serão mais de 3.340km de estrada percorridos.
Preparação para vencer o cansaço
O treinador Alexandre Jackson trata as viagens com um dos desafios de quem trabalha com basquete de alto rendimento. Para ele, a decisão de percorrer as distâncias de ônibus é acertada. “Parece bem desgastante, mas, durante o translado entre as cidades e as atividades, teremos o controle do tempo”, alega.
Para vencer cansaço, Jackson aposta no poder físico do elenco — que tem média de idade de 26 anos — e na longa pré-temporada realizada para chegar forte aos três jogos iniciais. “Um time jovem consegue viver essa situação e se recuperar rapidamente de um jogo para outro. Além disso, diferentemente da maioria dos times, nós estamos treinando há oito semanas”, completou.
Além da preparação, o técnico estudou muito os primeiros adversários. “Os três times são parecidos com o Cerrado: estão jogando com o plantel caseiro e o elenco se conhece há bastante tempo”, conta. Jackson relata ter o planejamento necessário para brigar pela única vaga no NBB. Porém, segundo ele, o momento é de se manter em silêncio e esperar os resultados. “Muita gente fez expectativa sobre o Cerrado. Estamos treinando forte para voltar dessa viagem com resultados positivo”, acrescenta.
A maior Liga Ouro da história
Com nove equipes presentes, recorde absoluto, a competição que dará ao campeão acesso ao NBB 18/19 contará com a presença de clubes de seis estados diferentes. Nesta temporada, São José e Macaé Basquete — times com passagens pela divisão principal do basquete nacional — entrarão em quadra brigando pelo retorno à elite.
A volta do Corinthians às disputas nacionais da modalidade também será atração. Na opinião do treinador Alexandre Jackson, a competição começa completamente aberta e sem favoritos. Ele cita o fato de os clubes terem sido montados unicamente para a disputa do torneio como um dos motivos para dificultar a análise dos concorrentes — o que só será possível, segundo ele, após a disputa dos primeiros jogos da temporada.
Sem informações detalhadas sobres as demais equipes, Jackson se baseou na história e tradição para estabelecer Corinthians, Macaé Basquete e São José como as equipes mais perigosas da Liga Ouro. “Esses times não entrariam no torneio para brincar e só estão na disputa por terem a certeza de que chegam fortes para conseguir a vaga”, analisa. “Mas a vaga será decidida na quadra”, destaca.
Os jogos do Cerrado
Terça-feira
Arena Brusque — Brusque x Cerrado (20h)
Quinta-feira
Ginásio do Galegão — Blumenau x Cerrado (20h30)
4 de março
Ginásio Moringão — Londrina x Cerrado (11h)
9 de março
Ginásio da Iesplan - Cerrado x Unifacisa (20h)
17 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x Macaé Basquete (17h30)
21 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x São José (20h)
24 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x Corinthians (17h30)
31 de março
Ginásio da Asceb — Búfalos Brasília x Cerrado (17h)
O elenco
Armadores: Fred, Bóris e Gabriel Magalini
Alas: Paulo Lourenço, Breno Sena, Alan, João Vitor “Johny”, Lima, Bruce, Anderson “Ceejay”, Davy, Peterson e Adriano Mião
Pivôs: Iago, Eric Soares e Victor Goiano
Comissão técnica: Alexandre Jackson (técnico), Marco Aurélio Prata (assistente), Douglas Paignez (assistente), Hiury Brandão (assistente e preparador físico) e Arédio Gertrudes (fisioterapeuta)
*Estagiário sob a supervisão de Leonardo Meireles