Basquete

LIGA OURO

Conheça o Cerrado Basquete, um dos representantes de Brasília na Liga Ouro

Time é o atual campeão da Liga Brasília Basquete e da Copa Brasil Centro-Oeste

postado em 26/02/2018 13:59 / atualizado em 26/02/2018 15:15

Carlos Vieira/CB/D.A Press
O basquete de Brasília ainda vive. Na terça-feira (27/2), dois times da cidade iniciam a luta na tentativa de colocar a capital federal novamente no topo e no protagonismo do esporte em âmbito nacional. Estreantes na Liga Ouro — equivalente à segunda divisão da modalidade no país —, Cerrado Basquete e Brasília Búfalos serão os representantes da cidade na busca pelo título e, consequentemente, a vaga no Novo Basquete Brasil (NBB), que devolveria o DF à elite da modalidade no país.
 
Bem-sucedido regionalmente, o Cerrado — campeão da Liga Brasília Basquete (Braba) e da Copa Brasil Centro-Oeste de 2017 — se apega às raízes do esporte no DF para fazer bonito na primeira participação na Liga Ouro. “O critério número um foi chamar a comunidade de Brasília para participar do projeto. Conversamos com os principais treinadores e jogadores da cidade”, detalha Alexandre Jackson, técnico do clube nesta temporada.
 
Jackson garante que a torcida de Brasília pode esperar, antes de qualquer outra coisa, um elenco com as raízes do basquete local. Ao todo, 16 jogadores compõem o plantel, dos quais 11 têm relação direta com a capital. E nove deles são pratas da casa, revelados no projeto de categorias de base do clube. “Todos os escolhidos se engajaram no chamado. Buscamos quem tinha identidade com o projeto do Cerrado. Temos um time bastante dedicado e agressivo na forma de jogar e que vai vender caro cada jogo”, continua.
 
O mais experiente do elenco é o armador Fred, de 37 anos. O jogador, inclusive, foi eleito o melhor sexto homem do NBB na temporada 2008/2009, quando atuou pelo campeão Flamengo. O armador também teve passagens pelo extinto UniCeub e pelo Caxias na competição nacional. O ala Paulo Lourenço, que disputou cinco temporadas do NBB na carreira (duas pelo São José e três pelo Bauru) e se tornou um dos destaques do Cerrado nas duas conquistas do time na última temporada, continuará sendo uma das referências para a competição.
 
A contratação de mais dois nomes para o torneio nacional está nos planos da diretoria e da comissão técnica. “Nós esperávamos contar com alguns jogadores daqui, mas não deu certo. Com isso, faltaram nomes para fechar o elenco”, explica Jackson. Felipe Bretas, diretor do clube, em sintonia com o discurso treinador, confirma que o Cerrado Basquete está conversando com os nomes desejados. “Um desses aí pode ser um americano...”, deixou no ar.
 
Até o momento, o clube acertou patrocínio com cinco empresas para a temporada: Corretora Seguros BRB, Green Ambiental, Faculdade Iesplan, Academia Bluefit e Lion King Nutricão Esportiva. Porém, de acordo com Bretas, será necessário o acerto com novas parcerias para absorver todas as demandas financeiras. “Ainda aguardamos respostas de um ou dois parceiros. Um deles é uma companhia aérea”, detalha.

Maratona para jogar

Carlos Vieira/CB/D.A Press
A temporada do Cerrado Basquete começará com uma verdadeira odisseia pelas estradas do Brasil. Os três primeiros jogos do time na Liga Ouro serão disputados no sul do país, contra Brusque (terça-feira, às 20h) e Blumenau (quinta-feira, às 20h30), em Santa Catarina, diante do Londrina (domingo, às 11h), no Paraná.
 
Por questões de logística, ficou definido que todo o percurso do time será feito em um ônibus fretado. “Os voos para Brusque, e depois de lá para Londrina, estavam com disponibilidade reduzida e com escalas insanas de 12h, tendo que dormir em aeroporto e tudo”, explicou Felipe Bretas. Ao todo — contando ida para os jogos e volta para Brasília — serão mais de 3.340km de estrada percorridos.

Preparação para vencer o cansaço

O treinador Alexandre Jackson trata as viagens com um dos desafios de quem trabalha com basquete de alto rendimento. Para ele, a decisão de percorrer as distâncias de ônibus é acertada. “Parece bem desgastante, mas, durante o translado entre as cidades e as atividades, teremos o controle do tempo”, alega.
 
Para vencer cansaço, Jackson aposta no poder físico do elenco — que tem média de idade de 26 anos — e na longa pré-temporada realizada para chegar forte aos três jogos iniciais. “Um time jovem consegue viver essa situação e se recuperar rapidamente de um jogo para outro. Além disso, diferentemente da maioria dos times, nós estamos treinando há oito semanas”, completou.
 
Além da preparação, o técnico estudou muito os primeiros adversários. “Os três times são parecidos com o Cerrado: estão jogando com o plantel caseiro e o elenco se conhece há bastante tempo”, conta. Jackson relata ter o planejamento necessário para brigar pela única vaga no NBB. Porém, segundo ele, o momento é de se manter em silêncio e esperar os resultados. “Muita gente fez expectativa sobre o Cerrado. Estamos treinando forte para voltar dessa viagem com resultados positivo”, acrescenta.

A maior Liga Ouro da história 

Com nove equipes presentes, recorde absoluto, a competição que dará ao campeão acesso ao NBB 18/19 contará com a presença de clubes de seis estados diferentes. Nesta temporada, São José e Macaé Basquete — times com passagens pela divisão principal do basquete nacional — entrarão em quadra brigando pelo retorno à elite.
 
A volta do Corinthians às disputas nacionais da modalidade também será atração. Na opinião do treinador Alexandre Jackson, a competição começa completamente aberta e sem favoritos. Ele cita o fato de os clubes terem sido montados unicamente para a disputa do torneio como um dos motivos para dificultar a análise dos concorrentes — o que só será possível, segundo ele, após a disputa dos primeiros jogos da temporada.
 
Sem informações detalhadas sobres as demais equipes, Jackson se baseou na história e tradição para estabelecer Corinthians, Macaé Basquete e São José como as equipes mais perigosas da Liga Ouro. “Esses times não entrariam no torneio para brincar e só estão na disputa por terem a certeza de que chegam fortes para conseguir a vaga”, analisa. “Mas a vaga será decidida na quadra”, destaca.

Os jogos do Cerrado

 
Terça-feira
Arena Brusque — Brusque x Cerrado (20h)
Quinta-feira
Ginásio do Galegão — Blumenau x Cerrado (20h30)
4 de março
Ginásio Moringão — Londrina x Cerrado (11h)
9 de março
Ginásio da Iesplan - Cerrado x Unifacisa (20h)
17 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x Macaé Basquete (17h30)
21 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x São José (20h)
24 de março
Ginásio da Iesplan — Cerrado x Corinthians (17h30)
31 de março
Ginásio da Asceb — Búfalos Brasília x Cerrado (17h)

O elenco

Armadores: Fred, Bóris e Gabriel Magalini
 
Alas: Paulo Lourenço, Breno Sena, Alan, João Vitor “Johny”, Lima, Bruce, Anderson “Ceejay”, Davy, Peterson e Adriano Mião
 
Pivôs: Iago, Eric Soares e Victor Goiano
 
Comissão técnica: Alexandre Jackson (técnico), Marco Aurélio Prata (assistente), Douglas Paignez (assistente), Hiury Brandão (assistente e preparador físico) e Arédio Gertrudes (fisioterapeuta)
 
*Estagiário sob a supervisão de Leonardo Meireles