COPA DA VERGONHA

Felipão dá novas provas de que virou um treinador medíocre, mas não se arrepende

Luiz Felipe Scolari dá nova prova de que virou treinador de segunda, mas se orgulha de um trabalho pífio e não mostra arrependimentos

REUTERS/Ruben Sprich

Belo Horizonte —
Em 2008, Joachim Löw encerrou o casamento de Luiz Felipe Scolari com a seleção de Portugal. Foi ele o responsável pela eliminação bem menos contundente, por 3 x 2 nas quartas de final da Eurocopa. Ontem, o treinador alemão pode ter aposentado Felipão. Pelo menos da Seleção Brasileira. Depois de deixar a esquadra lusitana, Felipão colecionou fracassos. Não vingou no Chelsea e arrumou emprego no Palmeiras. Ganhou uma Copa do Brasil, mas foi frouxo ao largar o clube paulista à beira da queda para a Série B a fim de preservar a biografia. Como diria um colega dele de profissão, a bola pune. A sucessão de gols da Alemanha colocou o ultrapassado Felipão em seu devido lugar — sentado no banco — aos 23 minutos do primeiro tempo. De lá, só levantou no sexto gol. Ainda resta a decisão do terceiro lugar, mas a trajetória do responsável pelo penta foi do céu ao inferno em 12 anos.

O pior dos pecados capitais é o orgulho. Ao entrar na sala de imprensa do Mineirão, Felipão gabou-se do pífio trabalho na Copa do Mundo de 2014. Sofreu diante do México, do Chile e da Colômbia e teve todos os seus conceitos ultrapassados expostos ao mundo em 30 minutos. Ainda assim, não se arrependeu de nada. “Minha dívida? Não tenho dívida. Fiz o meu trabalho como sempre faço em qualquer lugar. Fiz aquilo que eu achei que era o mais correto e o melhor. Da forma como trabalhamos, nós tivemos apenas uma derrota. De um ano e meio para cá, essa foi a terceira derrota. Foi horrível pelo resultado, 7 x 1. Não é dívida e nem crédito. Em 2002, nós ganhamos. Agora, nós perdemos”, disse.

Rússia 2018

Felipão não teve humildade sequer para aceitar que o futebol brasileiro precisa se repensar. “Por quê? Por que perdemos um jogo hoje (ontem)? Essa equipe terá 12, 13 jogadores na próxima Copa, em 2018. É um caminho que está sendo feito. É a pior derrota do mundo, mas é um caminho que temos que aprender com isso tudo”, desconversou.

Limitado para fazer o Brasil jogar no mínimo como Gana, que empatou por 2 x 2 com a Alemanha, ou Argélia, derrotada por 2 x 1 na prorrogação, Felipão não aceitou as críticas nem sequer sobre o time escalado ontem. “Não me arrependo. Não é assunto para conversar agora. Foi um resultado. Vou me arrepender do quê? Tivemos oportunidades. Imaginava que, com a volta do Oscar, do Hulk e do Bernard, nós tivéssemos como fechar o meio de campo. Até a hora do primeiro gol, tudo estava organizado. Após o gol, o nosso time ficou desorganizado e ficamos em pânico. As coisas foram acontecendo para eles e dando errado para nós. A escolha é o técnico quem faz e ele precisa arcar com as consequências”, afirmou.

Na única resposta em que disse o óbvio ululante, Felipão deve ter sido beliscado por alguém e admitiu. “Provavelmente tenha sido a pior derrota da minha carreira. Eu perdi outros jogos. Quando se perde de um, de quatro ou de cinco é sempre igual porque fica o sentimento de não ter conseguido mudar o panorama do jogo. Se pensar na minha vida como técnico, como jogador, foi o pior dia da minha vida. Mas continua a vida. Vou ser lembrado por ter perdido por 7 x 1. Mas era um risco que eu sabia que eu corria. Os riscos que nós assumirmos, nós temos que assimilar e seguir em frente a nossa vida. É o que eu vou fazer.”