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Brasilienses disputam Mundial de Canoa Havaiana

Esporte tem primeiro Mundial na América do Sul. Rio de Janeiro empresta raias olímpicas e recebe o Campeonato de Va'a

postado em 13/08/2014 12:04 / atualizado em 13/08/2014 15:19

Jéssica Raphaela /Correio Braziliense

Tiago Souzza/Divulgação

O Rio de Janeiro recebe, a partir de hoje, a primeira competição mundial de canoagem havaiana em águas sul-americanas. As disputas do Campeonato Mundial de Va’a seguem até domingo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, e servem de teste para 2016, já que o local receberá provas de canoagem. Dois brasilienses testemunham o momento e marcam presença entre os 700 participantes nas provas, historicamente lideradas por taitianos, neozelandeses e havaianos.

Os candangos são apenas dois entre os 256 atletas da delegação brasileira — o time com mais integrantes —, mas levam orgulhosos a bandeira da capital. “O esporte é novo no Brasil, chegou aqui no fim da década de 1990 e tem apresentado um crescimento significativo. Brasília também faz parte dessa história, e nossa presença demonstra isso”, observa o atleta Marcelo Bosi, de 39 anos, que participou ontem da cerimônia de abertura do Mundial.

Nenhum outro brasiliense merecia tanto participar do campeonato quanto Marcelo. Ele foi o responsável por trazer a primeira canoa V6 (de seis lugares) para o Lago Paranoá. O atleta estava fazendo uma expedição oceânica pela costa do país quando conheceu a va’a e decidiu importá-la. Hoje, Brasília conta com quatro embarcações de seis lugares e muitas outras individuais. “A va’a é uma modalidade que reúne atletas que praticam outros esportes outdoors. Por ser em equipe, traz um espírito de união, de colaboração”, explica o brasiliense.

No total, competidores de 19 países buscam medalhas no torneio. “Taiti, Nova Zelândia e Havaí são alguns países tradicionais na prática de va’a e trouxeram fortes equipes para o Rio de Janeiro. O Brasil tem a maior delegação e, certamente, vai querer fazer uma boa apresentação em casa. Teremos grandes disputas pela frente”, especula Lynda Roberts, diretora de Prova no Mundial.

Tiago Souzza/Divulgação
Confiança
A outra representante de Brasília, Camila Nicolau, está tão confiante quanto Lynda. Radicada na cidade, a atleta de 29 anos integra uma experiente equipe paulista e espera bom resultado, embora não esteja acostumada a provas rápidas. “Sou atleta de endurance. Minha prova de va’a mais curta foi de 10km, em 40 minutos. Desta vez, vou fazer uma de 1.500 metros, com duração de oito minutos. Vai ser uma experiência bem diferente, mas estudei bastante e acho que podemos nos sair bem”, pondera a atleta.

Camila participou da primeira disputa oficial de canoa havaiana no Brasil, em 2000. “Eu era bem nova na época, mas comecei a treinar e fui ganhando experiência. Nosso time é forte”, destaca a atleta do Distrito Federal.

O Mundial terá 61 categorias de provas individuais (com as canoas V1) e por equipes (V6 e V12). O Brasil apresenta a maior delegação, com 262 atletas, seguido da Nova Zelândia (98), Havaí (93), Taiti (75) e Austrália (37). País com maior tradição na modalidade, o Taiti vem com garra para o Mundial do Rio, já que o país, por problemas de voo, não conseguiu disputar a última edição do evento, em 2012, em Calgary (Canadá).

Espírito de união
Caracterizada por um “braço exterior” à esquerda, que confere maior estabilidade à embarcação, a va’a era usada há milhares de anos em expedições dos antigos habitantes das Ilhas Polinésias e do Havaí. O esporte chegou ao Brasil no ano 2000 e tem como características a reunião de atletas de diversas modalidades (rafting, stand-up, canoagem velocidade). Na Polinésia Francesa, a modalidade é tão popular quanto o futebol no Brasil.