CANDANGÃO 2018

Agressão, atraso e foco: ex-companheiro de Paracatu detona Paulo Renê

Problemas de relacionamento fez parte do elenco pedir afastamento do atacante que já foi artilheiro do Brasil na temporada

postado em 22/03/2018 16:00 / atualizado em 22/03/2018 13:59

Alair Constantino/Dono do Apito
No último sábado (17/3), a notícia de que o atacante Paulo Renê não seria sequer relacionado para o jogo contra o Brasiliense pegou a torcida do Paracatu de surpresa. Artilheiro do time no Campeonato Candango com oito gols, o jogador havia se concentrado para a partida, mas foi cortado por decisão da diretoria do time mineiro. O afastamento teria sido um pedido de parte do elenco da Águia, insatisfeito com algumas atitudes de Renê.

Em entrevista para o Correio, o volante Alisson Guirra citou diversos casos de atrasos e problemas de relacionamento de Paulo Renê com o grupo de atletas. Um dos desentendimentos, inclusive, teria chegado às vias de fato. "Ele se estranhou com um companheiro antes de entrar em campo e deu uma cotovelada. Reclamou de substituição e não quis dar a mão para o atleta que estava entrando. Contra o Brasiliense (jogo da fase de classificação), ele fez a gente esperar 1h30 até decidir se ele ia ou não jogar. Foram vários fatores", recorda Guirra.

Na concepção dos demais jogadores do Paracatu, o artilheiro do time no Candangão não estava com a cabeça voltada ao time de Minas Gerais. “O Paulo Renê faria falta se estivesse com a cabeça que estava no início da competição. Depois que ele fez os oito gols, e passaram a dizer que ele era o artilheiro do Brasil, ele mudou totalmente a postura”, diz o volante. “O sucesso subiu um pouco a cabeça dele e isso foi prejudicial. Desse Paulo a gente não sente falta”, assegura. Por fim, Guirra salienta que o time mineiro é maior do que os interesses individuais.

Até o fechamento desta matéria, Paulo Renê não respondeu as mensagens ou atendeu as ligações da reportagem. Sem o seu artilheiro na temporada, o Paracatu não conseguiu superar o Brasiliense e foi eliminado do Campeonato Candango, ao perder as duas partidas das quartas de final do torneio para o time de Taguatinga.
 
Após deixar o Goianésia, o jogador chegou ao Paracatu no início da temporada para a disputa do Candangão pelo time mineiro. O começo no comando do ataque da Águia foi avassalador: seis gols nas primeiras seis partidas do clube no torneio local. A média o colocou entre os principais artilheiros do Brasil naquela altura. Em entrevista ao Correio no fim de fevereiro, Paulo comemorou o feito. "Sinto grande alegria de figurar entre os maiores artilheiros do país. É algo que ajuda a dar mais visibilidade ao futebol de Brasília, a cidade onde nasci", afirmou à época.
 
*Estagiário sob a supervisão de Victor Gammaro 
 

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