CAMPEONATO BRASILEIRO

Na base da pirâmide: Brasiliense e Ceilândia estreiam na Série D

Correio apresenta um raio-x dos dois representantes do Distrito Federal na competição nacional

postado em 21/04/2018 12:27 / atualizado em 21/04/2018 12:44

Brasiliense F.C./Divulgação
A partir deste sábado, o futebol do Distrito Federal começa a disputar o maior desafio da temporada 2018. Brasiliense e Ceilândia iniciam a luta para conseguir vagas entre os quatro melhores da Série D do Campeonato Brasileiro e alcançar um lugar na terceira divisão. Às 15h30, no estádio Abadião, o Gato Preto recebe o Sinop-MT. Às 17h, na Arena Pantanal, o Jacaré encara o Dom Bosco-MT.

Na décima edição, a quarta divisão do futebol brasileiro terá 68 equipes lutando pelas quatro vagas na Série C da próxima temporada. A melhor campanha de uma equipe local na competição também foi protagonizada pelo Brasiliense, que chegou até as quartas de final logo na primeira participação, em 2014. Brasília, Botafogo-DF, Ceilândia, Gama, Luziânia e Sobradinho foram os outros times locais a tentar, sem sucesso, o acesso ao terceiro degrau do Brasileirão.

Na primeira fase, disputada até o fim de maio, os 68 clubes jogarão em 17 grupos organizados regionalmente. Os 17 líderes e os 15 melhores segundos colocados estarão classificados para a segunda fase. Em seguida, serão realocados em dois blocos, um com os 16 melhores líderes e outro com o pior líder e os 15 segundos colocados. As posições nos potes serão definidas conforme o número do grupo de onde o time saiu na primeira fase. Com isso, o cruzamento continua sendo regionalizado, com os confrontos ocorrendo do seguinte modo: o primeiro de cada bloco enfrenta o segundo do outro, e assim sucessivamente, até que o 15º de cada bloco enfrenta o 16º do outro.

O critério de regionalização continua sendo adotado até as oitavas de final. Já a distribuição se dá por meio do diagrama dos confrontos anteriores: os vencedores de dois duelos paralelos se enfrentam na fase seguinte. Das quartas até a grande final, a equipe de melhor campanha sempre enfrentará uma de desempenho inferior — somando-se todas as fases anteriores —, tendo o direito de disputar o segundo jogo como mandante. Ou seja, o melhor classificado enfrentará o pior, o segundo com mais pontos pegará o penúltimo, e assim sucessivamente.

Portanto, os dois clubes do DF podem alcançar o acesso à Série C juntos. Para isso acontecer, o Jacaré e o Gato Preto precisam estar entre as quatro melhores campanhas ou entre as quatro piores no momento da definição dos confrontos de quartas de final. Sem pausa durante a Copa do Mundo, a decisão da quarta divisão está prevista para 5 de agosto. Já as equipes que conseguirão o acesso serão definidas nos dois primeiros fins de semana de julho.

Longa ausência
 
Há meia-década os times do DF não figuram na Série C. O já distante ano de 2013 foi a última ocasião em que uma equipe da cidade participou da competição, justamente quando o Jacaré acabou rebaixado. Desde então, a cidade está sem representante no campeonato que promove quatro clubes para a Segundona.

Complicada fase de grupos

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O Ceilândia terá que superar times que chegaram até as finais dos respectivos campeonatos estaduais para manter o sonho do acesso vivo. A Aparecidense, vice-campeã goiana, e o Sinop, segundo colocado do Mato-grossense, serão adversários no grupo A11, que ainda tem o Novo, de Mato Grosso do Sul. “Todas são equipes de muita qualidade, mas focamos em nossa preparação e creio na força do nosso time”, diz o zagueiro Cocada.

Eliminado no Candangão nas semifinais, o Gato Preto teve 23 dias para treinar até a estreia na quarta divisão. “Foi uma preparação forte e a expectativa é a melhor possível para iniciar mais uma competição nacional”, continuou o defensor, que ainda afirmou que a torcida alvinegra pode esperar um time bastante aguerrido em busca do acesso à Série C do Brasileirão. “Seremos uma equipe comprometida em defender a camisa do Ceilândia. Independentemente do adversário, vamos jogar cada jogo como uma decisão”, prometeu. A última vez que o clube esteve na terceira divisão nacional foi em 2007, quando a Série C era o último degrau do futebol brasileiro.

No Brasiliense, “confiança” é a palavra de ordem entre os jogadores do elenco para o primeiro duelo em busca do acesso. Para alcançar o maior objetivo da temporada, o time amarelo apostará em vários atletas rodados no futebol nacional e internacional. O volante Radamés, de 32 anos, campeão da Série C de 2017 com o Boa Esporte, estreia na quarta divisão. “Não me arrependo de ter aberto mão de uma Série B para jogar no Brasiliense. É um clube que oferece todas as condições de trabalhar. Nós vamos buscar nosso objetivo principal, que é o acesso, temos uma equipe qualificada”, comenta o jogador do vice-campeão candango.

Bicampeão brasileiro pelo São Paulo, o meia Souza, de 39 anos, acredita que a experiência do elenco será fundamental para que o time atinja os objetivos. “Falam que o time é velho, mas chegamos a duas finais locais seguidas, tem muita equipe jovem que não fez isso. Não adianta colocar só a molecada do show da Xuxa, quem vem decidindo são os mais experientes”, diz. No elenco, o Jacaré ainda conta com  o zagueiro Lúcio (39), os laterais Patrick (34) e Wellington Saci (33), além dos atacantes Nunes (36) e Reinaldo (39).

Raio-X dos grupos com times do DF

Grupo A10

Brasiliense
 
Será a segunda vez do Jacaré na quarta divisão do futebol brasileiro. Na primeira oportunidade, em 2014, o time amarelo bateu na trave do acesso ao ser desclassificado nas quartas de final pelo Brasil de Pelotas, do Rio Grande do Sul. Após três temporadas ausente, o Brasiliense se credenciou à disputa com a conquista do título Candango em 2017. O Jacaré vem ainda de fracassos com eliminações na primeira fase da Copa do Brasil, batido pelo Oeste-SP, e da Copa Verde, diante do Atlético-ES. Buscando fazer bonito na Série D, o clube se reforçou, com destaque para o zagueiro Lúcio, ex-Gama, e do meia Erick Flores, ex-Boa Vista, que se juntam aos medalhões Souza, Nunes, Reinaldo e Radamés.
 
Série D: 2 participações
 
Time-base: Edmar Sucuri; Patrick, Lúcio, Wallace e Mário Henrique; Aldo, Radamés, Souza e Erick Flores; Reinaldo e Nunes. Técnico: Aílton Ferraz.
 
Destaques: Lúcio (zagueiro), Nunes (atacante), Souza (meia) e Reinaldo (atacante).

Corumbaense-MS
 
Divulgação
Ao lado do Brasiliense, o Carijó da Avenida se credencia como forte candidato à classificação no grupo. Na temporada, o alvinegro sul-mato-grossense também ficou com o vice-campeonato local ao ser superado pelo Operário-MS. O time participou ainda da Copa do Brasil e da Copa Verde. No nacional, foi eliminado pelo Vitória-BA na segunda fase. Já no torneio regional, chegou a vencer o Ceilândia na fase preliminar, mas acabou caindo para a Luverdense na etapa seguinte.
 
Série D: estreia
 
Time-base: Guilherme; Robinho, Jaime, Augusto e Valdinei; Igor Pimentel, Agnaldo, Eduardo Arroz e Willian; Guilherme e Jorginho. Técnico: Gianni Freitas.

Dom Bosco-MT
 
O Leão da Colina dá pinta de que correrá por fora para desbancar os favoritos à vaga. O alviceleste disputará a quarta divisão pela primeira vez após chegar às semis do mato-grossense de 2017. Neste ano, o time só se classificou para as quartas por causa de punição imposta a dois rivais locais. Depois de perder 16 pontos por escalação irregular, o Dom Bosco acabou beneficiado pelo mesmo erro do Ação (-15 pontos) e do Poconé (-30 pontos) para escapar do rebaixamento e avançar à fase seguinte do matogrossense, com -2 pontos na tabela, mas acabou eliminado.
 
Série D: estreia
 
Time-base: Victor; João Lennon, Bruno Felipe, Jean e Claudeci; Dalvan, Gean, Igor Vieira e Geilson; Deivisson e Heltinho. Técnico: Elias Rosa.

Iporá-GO
 
Assim como o Dom Bosco, o time goiano também se apresenta para a disputa como um dos azarões à vaga. No estadual, o Lobo Guará realizou uma campanha satisfatória, mas acabou caindo ainda na primeira fase com os mesmos 22 pontos do Anapolina, um dos classificados às semifinais do Goianão. Garantiu a primeira participação na Série D do Brasileiro após terminar o torneio local anterior na quinta posição geral.
 
Série D: estreia
 
Time-base: Cleriston; André Krobel, Wallinson, Diego Rosa e Danilo Ribeiro; Bosco, Wesly, Cleber Sousa, Elias e Rodrigo Alves; Júnior Brandão. Técnico: Everton Goiano.

Jogos do Brasiliense

21/4 - 17h - Dom Bosco - Arena Pantanal
29/4 - 16h - Iporá - Mané Garrincha
6/5 - 16h - Corumbaense - Mané Garrincha
13/5 - 17h - Corumbaense - Arthur Marinho
19/5 - 15h30 - Iporá - Ferreirão
27/5 - 18h - Dom Bosco - Mané Garrincha

Grupo A11

Ceilândia
 
Clube local com o maior número de participações na Série D, o alvinegro buscará o acesso pela quinta vez, tentando superar o fantasma das oitavas de final, fase na qual foi eliminado nas últimas três temporadas: 2012, 2016 e 2017. Na primeira participação, em 2010, o time sequer passou da fase de grupos. Neste ano, o Gato Preto caiu nas três competições que disputou: Candangão, Copa do Brasil e Copa Verde. No torneio local, foi eliminado nas semifinais pelo campeão Sobradinho. Nos eliminatórios, caiu ainda na primeira fase para Avaí e Corumbaense, respectivamente. Para a Série D, o Gato Preto se reforçou com destaques do campeonato local, como Gilmar Baiano, ex-Luziânia, e Amoroso, ex-Samambaia.
 
Série D: 5 participações
 
Time-base: Wendell; Dudu Lopes, Cauê, Cocada e Kabrine; Didão, Emerson Martins, Kasado e Gago; Amoroso e Ronan. Técnico: Adelson de Almeida
 
Destaques: Emerson Martins (volante), Gago (meia) e Dudu Lopes (lateral-direito).

Aparecidense-GO
 
A Aparecidense chega como uma das principais candidatas à classificação no grupo. Em 2018, o time goiano coleciona bons resultados. No estadual, o Camaleão ficou com o vice-campeonato, sendo derrotado pelo Goiás na final. Na Copa do Brasil, protagonizou a maior zebra da competição ao eliminar o Botafogo na primeira fase do torneio, mas acabou sendo batido logo na etapa seguinte pelo Cuiabá.
Série D: 6 participações
 
Time-base: Busatto; Rafael Cruz; Thiago Carvalho, Mirita e Gleidson; Tiago Ulisses, Araújo, Washington e Alex Henrique; Uéderson e Nonato. Técnico: Márcio Goiano

Novo-MS
 
Fundado em 2010, o Novo se apresenta como o candidato à zebra do grupo A11. Participa pela primeira vez da Série D, após ser vice-campeão sul-mato-grossense. O desempenho no regional deste ano, porém, deixou a desejar. O time só conseguiu vaga na segunda fase do torneio devido a uma punição que tirou 13 pontos do Costa Rica-MS. Mesmo chegando às semifinais, não obteve bons resultados na temporada.
 
Série D: estreia
 
Time-base: Gelson; Lucas, Baggio, Felip e Ramer; Léo, Julio, Judson e Matheus; Luan e Gibran. Técnico: Robert.

Sinop-MT
 
O time de Mato Grosso também se coloca como um forte concorrente a uma das vagas do grupo. A terceira participação na quarta divisão foi obtida após o vice-campeonato no último estadual. Na atual temporada, o Galo do Norte repetiu o desempenho e também ficou com o segundo lugar. Nas duas ocasiões, a taça foi conquistada pelo Cuiabá.
 
Série D: 3 participações
 
Time-base: Fernando; Everton, Tairon, Hítalo e Gilmar; Duda, João Paulo, Pitty e Jeferson; Cleberson e Junior Juazeiro. Técnico: Paulo Foiani.

Jogos do Ceilândia

21/4 - 16h - Sinop - Abadião
27/4 - 19h30 - Aparecidense - Aníbal Toledo
6/5 - 17h - Novo - Morenão
13/5 - 16h - Novo - Abadião
20/5 - 16h Aparecidense - Abadião
27/5 - 18h Sinop - Municipal
 
*Estagiário sob supervisão de Fernando Brito 

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