Renê Simões é o último técnico de Jobson antes de o atacante ser afastado do futebol. O treinador foi um dos profissionais que mais trabalhou pela recuperação do jogador e do homem.
Por telefone, de San Diego, nos Estados Unidos, onde participa de um seminário, o treinador ficou surpreso e, ao mesmo tempo, feliz ao saber que seu camisa 7 na campanha do vice-campeonato no Carioca de 2015 ganhou uma nova chance. “Acho fabuloso e espero que ele receba apoio sério e duro. Contrato por produção, salário de subsistência. E apoio da comunidade em geral”, recomenda Renê Simões.
O então técnico do Botafogo perdeu Jobson antes da final do Carioca. Fez falta. O Vasco levou o título. Renê Simões recorda o esfoço feito pela comissão técnica para recuperar um dos ídolos da torcida. “Ele é uma pessoa muito boa. O Paulo Serrano estava fazendo um trabalho de coaching excelente com ele. O Jobson, foi aplaudido em uma sessão de treinamento em sala por todos os atletas. Disse que foi a primeira vez na vida. Ele estava caminhando muito bem. No Botafogo, nunca me deu trabalho”, testemunha.
A mensagem de Renê Simões, em entrevista ao Correio Braziliense
Caro Jobson,
A cada ano, termina uma temporada. Quer você tenha sido campeão ou não, permanecido na sua divisão ou caído, o ano seguinte existirá. Com ele, uma nova oportunidade de se mostrar e confirmar que é o melhor, ou um grande desafio para mostra que pode fazer melhor e diferente. No teu caso, foram três temporadas de rebaixamento consecutivo. Neste ano, sua nova chance será um grande desafio. Só depende de você e das suas forças internas. Seja o melhor de você mesmo, seja uma oportunidade de ser extraordinário e ter uma vida extraordinária.
Te desejo muito trabalho e entusiasmo.
Abraços,
Renê Simões
Renê Simões critica os castigos adotados pela Fifa e pela Agência Mundial Antidoping. “Primeiro, é um absurdo que se puna os atletas por uso de substâncias ilegais da forma como é feito. Temos alguns profissionais de varias áreas que são pegos e não deixam de trabalhar. Julgam se fizeram algum crime, reeducam e, às vezes, apresentam alternativas. Mas nunca vi proibirem de trabalhar quatro anos. Isso é pena de morte”, detona.
Na opinião do treinador, a Fifa deveria alterar os procedimentos. “Errou, teria que ser submetido a quatro anos de testes e trabalhos comunitários . Ele pagaria pelos exames”, defende.
Em entrevista por telefone ao Correio no último domingo, Jobson revelou que estava de malas prontas para retornar ao Distrito Federal. “Vou para Brasília, treinar por aí. Talvez, no Jacaré. Estou bem feliz”, disse antes do acerto. Ontem, a diretoria do clube confirmou o acordo com o jogador para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro.