CANDANGÃO

Gama e Brasiliense disputam o 1º dérbi do ano valendo a liderança

Os dois times capitaneados por zagueiros nascidos no DF, com projeção nacional e um internacional, entram em campo no Bezerrão

postado em 17/03/2019 07:00 / atualizado em 17/03/2019 10:54

Na Praça dos Três Poderes, o Monumento Dois Candangos simboliza os trabalhadores que construíram Brasília. Neste domingo (17/3), às 17h, dois operários da bola nascidos no Distrito Federal serão atrações no Estádio Bezerrão. O principal clássico da cidade colocará Lúcio, de 40 anos, e Emerson, 35, frente a frente. Os brasilienses ostentam as braçadeiras de capitão das equipes verde e amarela, respectivamente. Um brinde ao acúmulo de  milhas no futebol. O zagueiro do Jacaré foi campeão da Copa do Mundo em 2002. O beque alviverde defendeu a Seleção em 2011. Foi comandado à época por Mano Menezes.

Nascido em Planaltina, Lúcio começou a jogar no time da cidade dele até se transferir para o Gama, ser emprestado ao Guará e chamar a atenção do Internacional pela Copa do Brasil depois de sofrer goleada por 7 x 0. O defensor do Gama nasceu em Taguatinga e foi revelado no próprio Ninho do Periquito. O atleta rodou por grandes clubes do país, como Flamengo, Botafogo, Coritiba e Atlético Mineiro — com quem foi campeão da Copa do Brasil em 2014. 

Com oito rodadas disputadas, a retaguarda do Gama, comandada por Emerson, sofreu quatro gols, sendo a terceira melhor. Fica atrás do Real com três gols e do Brasiliense, que não foi vazado. A defesa do Brasiliense e a do Atlético Acreano são as únicas do país que ainda não levaram gols. O goleiro Edmar Sucuri comenta a importância de ter Lúcio como capitão. ‘‘Sabemos que, a qualquer momento, podemos tomar gol e que, nesse jogo, se a gente não tomar, nós temos grandes chances de sair com a vitória. Fora que o Lúcio está sempre dando conselhos. Conversamos muito ali no setor defensivo nos jogos”, conta Sucuri.

A semana do clássico foi recheada de imbróglios e decisões em cima da hora, o jogo terá a presença das duas torcidas, porém, sem as organizadas. O Ministério Público do DF recomendou à Polícia Militar que a Ira Jovem e a Facção Brasiliense não tenham acesso aos estádios da cidade até que regularizem a situação e o cadastramento dos seus integrantes. 

Para relembrar

O clássico de domingo (17/3) será o 57º entre Gama e Brasiliense. São 20 vitórias do time amarelo,  16 triunfos alviverdes e 20 empates. Em títulos, a vantagem muda de lado. Fundado em 1975, o Periquito contabiliza 11 taças e sete vices. Criado em 2000, o Jacaré soma nove conquistas e quatro vice-campeonatos. As redes foram balançadas 119 vezes no confronto, com 67 gols do Jacaré e 52, do alviverde. 

Dos 20 títulos que estarão em campo no domingo, quatro foram decididos no dérbi. Nos anos de 2001 e 2003, o Gama levantou a taça. Em 2006 e em 2011, a volta olímpica foi dada pelo Brasiliense. A história mostra que as goleadas são raras no confronto, mas, por duas vezes, as redes foram bastante movimentadas. Em 2003, na final do campeonato local, a decisão era no mesmo Bezerrão. O Gama venceu a partida por 4 x 1. Em 2009, numa tarde de Serejão lotado, os donos da casa, comandados por Iranildo, devolveram o chocolate com 4 x 0. 

Na temporada atual, alguns jogadores viraram a casaca. Lúcio e Gleisinho, antes defendendo o Gama, estão no Brasiliense. Os atacante Nunes e Mário Henrique saíram da Boca do Jacaré e trabalham no Ninho do Periquito. Os quatro são titulares. 

Ataques fecham série dos jogadores

O Correio Braziliense apresenta, desde terça-feira, por posição, os personagens do clássico de domingo. A série termina com os homens de frente. O dérbi opõe os dois melhores ataques da competição.  O Gama balançou as redes 20 vezes. O Brasiliense, 14. O dono da grande área alviverde é Jefferson Maranhão, artilheiro do campeonato com cinco gols; e o experiente Nunes, com quatro, dois deles na última partida, contra o Sobradinho. Em oito partidas, o Gama ostenta média de 2,5 gols. 

Ex-brasiliense, Nunes, de 36 anos, tem longa rodagem na carreira. Em 2004, estava no time do Santo André, campeão da Copa do Brasil em cima do Flamengo. Quando defendeu o Jacaré, o atacante foi artilheiro e provocou uma briga generalizada em um clássico no Bezerrão.  Por isso, chegou ao Gama com a torcida pegando no pé. “Eu sei que as críticas que recebi não foram pelo meu futebol, mas porque joguei no rival. Mas, agora, estou vestindo essa camisa e vou honrá-la o máximo. Conquistar a torcida depende de mim”, assume.

Se os dois atacantes do Gama são os principais goleadores da equipe, no Brasiliense, esse papel é compartilhado. Os 14 gols marcados tiveram participação de 10 atletas diferentes. Os atacantes Reinaldo, Luquinhas e Romarinho balançaram as redes uma vez, cada. Durante a pré-temporada, Romarinho marcou três vezes em cinco jogos, além de ter sido artilheiro do Candangão em 2017. O Brasiliense aposta no jogador para o clássico e o restante do campeonato. 

Serviço 

Campeonato Brasiliense - 9ª rodada
Gama x Braziliense
Data: domingo (17/3), às 17h
Local: Estádio Bezerrão, no Gama  

*Estagiários sob a supervisão de Marcos Paulo Lima