CANDANGÃO

Clássico entre Gama e Brasiliense completa 18 anos com decisão do título

Torcedores com a mesma idade do clássico comentam a expectativa para a final entre Gama e Brasiliense, no Mané Garrincha

postado em 20/04/2019 15:02 / atualizado em 20/04/2019 15:20

<i>(Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)</i>
A maior rivalidade do DF entra em campo neste sábado(20/4), às 16h, no Estádio Mané Garrincha, para decidir o título do Candangão de 2019. A história do confronto entre Gama e Brasiliense existe há 18 anos, quando as duas equipes se enfrentaram pela primeira vez em 2001. O duelo atingiu a maioridade nesta temporada, assim como alguns torcedores que vestem verde ou amarelo e também ingressaram na idade adulta.

Mikael Tomaz, 18 anos, conheceu o futebol assistindo ao Brasiliense, que se tornou para ele a única paixão no esporte. “O meu irmão sempre foi torcedor do Brasiliense e, desde os 11 anos, ele me levava para todos os jogos. O amor e o carinho que tenho pelo Brasiliense são muito grandes. É o primeiro time e o único que vou ter em toda a minha vida”, conta.

Com a mesma idade de Mikael, o Jacaré foi campeão do torneio do DF nove vezes. 
No entanto, desta vez, o time de Taguatinga está em desvantagem. O Gama venceu o Brasiliense por 3 x 1 no primeiro jogo da decisão. Para acreditar na virada e na conquista do 10º título Candango, Mikael se apega a um fato histórico contra o alviverde. “Houve um clássico contra o Gama em 2012, no Estádio Serejão, que o Brasiliense ganhou por 4 x 1. Esse jogo me marcou e tenho fé de que o Brasiliense vai ganhar pelo mesmo placar neste sábado”, projeta.

De acordo com Mikael, os autores dos gols do placar sonhado por ele são previsíveis. “Romarinho, Maikon leite e Lúcio, duas vezes, vão fazer os gols do título do Jacaré”, acredita. Para alcançar esse resultado, ele destacou a importância dos retornos do goleiro Edmar Sucuri e do zagueiro pentacampeão mundial à equipe amarela para o jogo de volta. Afinal, os dois jogadores foram fundamentais para o Brasiliense ter a defesa menos vazada durante a fase de classificação. Além disso, o fã do time de Taguatinga analisa que o meio de campo teve azar no jogo anterior e, para este sábado, será fundamental a melhora do setor.


Paixão


Para o torcedor alviverde Ricaelme Abreu, 18 anos, o Gama foi como uma paixão à primeira vista. “Eu só tenho um time, que é o Gama. É amor, não tem como explicar. Na primeira vez que eu entrei no Bezerrão para ver o Gama, eu me apaixonei de cara e soube que aquilo era para ser para a minha vida. Faço do Gama a minha vida”, conta.

Esse encontro aconteceu em 2011, quando Ricaelme tinha 11 anos. Foi a estreia dele em um jogo do Gama. Desde então, ele só viu o time ser campeão em 2015. A classificação nas semifinais daquele ano, em cima do Brasiliense, é apontado como um momento crucial na campanha do título. “A gente jogou na casa deles e a nossa torcida estava com material e bateria, que estavam proibidos. Então, torcemos só nas palmas e na voz. O que mais marcou na minha vida foi aquele jogo. A final de 2015 marcou, lógico, mas ganhar em cima do Brasiliense é bom demais”.

Mesmo com a vantagem no placar, Ricaelme diz que ainda não tem nada garantido. “No futebol, tudo pode acontecer. Da mesma forma que a gente fez 3 x 1 na ida, eles também podem fazer no jogo de volta”. Para o Gama conquistar o 12º Campeonato Candango de 2019, o torcedor alviverde acredita no poder ofensivo da equipe. “Se eu fosse o técnico, eu colocaria todo o time à frente para marcar gols. Pode até segurar o time no segundo tempo, mas tem de ir para cima, não pode dar mole”.

O palpite de placar de Ricaelme para o Gama se consagrar campeão no jogo de volta será de 2 x 1. “O Nunes tem de fazer o gol, ele é ex-Brasiliense, dá um gosto diferente. E o nosso zagueirão Emerson, também. Ele é o capitão, é o cara do time, vai levantar a taça”, projeta.

A esperança veste amarelo


Com o revés de dois gols na partida de ida, o Brasiliense tem uma missão complicada diante do arquirrival Gama. O placar 3 x 1, na semana passada, deixou marcas no Jacaré. Com as suspensões do zagueiro Lúcio e do goleiro Sucuri, a defesa do time candango esteve perdida no campo do Estádio Mané Garrincha.

<i>(Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)</i>
Os treinos no CT do Brasiliense desta semana foram marcados por exercícios em campo reduzido e muitas cobranças de pênaltis, sob o comandado do técnico Ricardo Antônio. “Treinamos muito forte e estamos confiantes. Agora, é ir com tudo para a final. A gente sabe da dificuldade, mas nosso elenco tem muita qualidade”, comenta o treinador recém-chegado no time de Taguatinga.

Suspenso dos primeiros 90 minutos da decisão, Edmar Sucuri é um dos melhores goleiros do Candangão. “É ruim jogar o Campeonato todo e, no final, ficar de fora, mas ainda temos uma partida inteira para diminuir a desvantagem. Nosso time está focado, vamos em busca da taça” acredita Sucuri.

Uma vitória do Jacaré por dois gols leva a disputa para os pênaltis. Com três ou mais gols de diferença, a partida acaba no tempo regulamentar e o Brasiliense será o campeão Candango 2019. É esperado um público maior do que o do sábado passado, quando o Mané Garrincha recebeu 9. 040 torcedores. Os ingressos estarão disponíveis na bilheteria do estádio.


Planos de festa alviverde


Próximo de comemorar o 12º título do Candangão, o Gama tem força máxima para a partida decisiva contra o Brasiliense. Apesar da vantagem de poder perder por até um gol de diferença, a equipe alviverde não deve abdicar das características apresentadas até agora e manterá um esquema ofensivo com três atacantes. A principal novidade é o retorno do volante Thiago Gaúcho, recuperado de lesão na virilha sofrida ainda no primeiro jogo das semifinais.

<i>(Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)</i>
Como de costume nas últimas rodadas, o técnico Vilson Tadei fechou o acesso ao elenco e não permitiu maiores informações à imprensa. No início do treino de ontem, no Estádio Bezerrão, no entanto, membros de uma torcida organizada se encontraram com os jogadores, fizeram uma breve palestra motivacional e entregaram uma camiseta do grupo uniformizado para o treinador em agradecimento pela campanha no torneio.

O Gama está invicto no Candangão 2019, com 14 vitórias e dois empates. A equipe alviverde marcou 32 gols e sofreu sete. O Brasiliense tem 11 triunfos, dois empates e duas derrotas, com 29 gols feitos e nove, vazados. Será a sexta vez que as duas equipes disputam o título local. Foram três vitórias do Jacaré e duas, do Periquito.

Em caso de conquista do título, a torcida do Gama planeja disparar 72 cartuchos de fumaça verde. A ideia é transformar a imagem aérea do Estádio Mané Garrincha numa espécie de vulcão expelindo névoa esverdeada. A expectativa é de que o efeito perdure por cerca de 15 minutos.

Nos bastidores do clássico, uma decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do DF causou controvérsia. Para esta semana, estava previsto o julgamento de 13 jogadores do Brasiliense por conta de uma briga generalizada ao fim do jogo contra o Paracatu, pela partida de volta das semifinais, no Estádio Abadião. A análise do caso, no entanto, foi adiada, liberando todos os atletas do Jacaré.

*Estagiários sob supervisão de Cida Barbosa