Porcentagens

postado em 12/11/2013 11:25

Todo ano, quando chega a época de reta final do Brasileirão, começam as especulações matemáticas sobre a situação dos times. Fulano tem 52% de chances de cair, Sicrano tem 21% de ir para a Libertadores. Eu, que acredito na ciência, acho que a vida pode ser mesmo descrita pela matemática. Mas, nesse caso, sou cético. De que adianta ter 90% de chances de ganhar se o jogador chutar o pênalti para fora? Os braços da matemática são curtos para garantir que o Vasco tem 49% de chances de cair para a Segundona. No futebol, são muitas as variáveis, e, de exato, não há nada. Tudo é possível. O humor dos jogadores, uma bola que bateu na trave e resolveu não entrar, um erro do juiz, o calor da torcida, tudo isso faz esses prognósticos virarem bobagem. Prefiro a análise fria dos fatos. Exemplo: se a zaga do Botafogo continuar errando feio como erra, é 100% de certeza de que perderá a vaga na Libertadores. Se o goleiro do Vasco não defender bolas fáceis, a queda é batata. Mas, se a torcida do Vasco continuar dando show, como fez no domingo passado, no Maracanã, quando foi o melhor jogador em campo, é certo que o time não cai. Se o Fluminense seguir jogando sem garra, voltará à Segundona, onde já esteve. Acredito que o único número que diz a verdade de forma completa é este: entre Criciúma, Vasco e Fluminense, escapará aquele que tiver 100% de atitude e vontade de vencer.

Burrice que não se explica

Por que alguns jogadores são tão burros? Esse é outro tema recorrente nesta coluna. Já escrevi aqui várias vezes sobre jogadores que fazem um gol e tiram a camisa do time que lhe paga o salário. Isso é uma das coisas mais estúpidas que um sujeito pode fazer além de se apaixonar por mulher de soldado. Pato, pelo Corinthians, e André, pelo Vasco, cometeram a tolice de tirar a camisa no último domingo. Vejam o caso do André. O Vasco luta contra o rebaixamento. Ao fazer o gol de empate contra o Santos, o tolo André, sem um motivo aparente, tirou a camisa e jogou no chão. Levou um cartão amarelo e poderá desfalcar o time em algum dos importantíssimos jogos que virão pela frente. Alguns dirão que ele estava feliz e quis extravasar. Ora, se está feliz, que contrate um DJ, faça uma festa, cante uma canção, mas prejudicar o seu time e os seus colegas é burrice mesmo ou descaso. Pato também cometeu essa sandice. Fez um golzinho mixuruca de pênalti, arrancou o manto sagrado do Timão e saiu correndo pelo gramado com aquela pose de sariema choca que perdeu o ninho. Na minha opinião, acho que tirar a camisa do time na hora do gol é uma falta tão grave como avançar o sinal vermelho. Deveria dar multa e oito pontos na carteira.

A luta de Vitor Belfort

Sábado passado, a alta sociedade goianiense reuniu-se para concorrido evento na capital do grandioso estado de Goiás. Mulheres em vestidos longos, homens alinhados e crianças com roupinha de marinheiro. Era noite de UFC, luta entre “gladiadores do terceiro milênio”, como diz Galvão Bueno, filósofo e observador da modernidade. Eis o resumo da luta: Vitor achou que Dan Henderson tinha mexido com a mulher dele. Nem conversou, deu-lhe uma mãozada no pé da orelha. Depois, acertou um “sossega meu nêgo” no outro escutador de bolero do americano. Quando o besta do Dan Henderson tentou se levantar para perguntar as horas, levou um pontapé no meio das ventas e ficou lá, caído no chão, todo cagado.