Metade do Rio no buraco

postado em 03/12/2013 14:03 / atualizado em 19/02/2014 16:40


E lá se vai a metade dos times da Cidade Maravilhosa para a segunda divisão. Pode ser que não, mas dificilmente Vasco e Fluminense escaparão da segundona. O Rio de Janeiro já foi um dia a capital do futebol, assim como foi a capital do Brasil e da cultura brasileira. A bossa nova surgiu ali, no beco das garrafas, em Copacabana. O que se fazia nas praias cariocas era imitado pelo resto do país. Quantos caipiras foram ao Rio passar um fim de semana e voltaram para casa com aquele chiado ao falar, reproduzindo o sotaque carioca só para impressionar as garotas?

No futebol, todos temiam e reverenciavam o Maracanã, imponente e maior estádio do mundo. Os jogadores do Brasil afora sonhavam em jogar nos clubes cariocas. Ninguém pensava em Barcelona ou Real Madrid, um Madureira já estava bom. Era uma época de luxo, glamour e sutiã meia-taça. Esse tempo passou. A bossa nova virou funk carioca e, com exceção do Flamengo, que mesmo com times fracos vence os campeonatos graças à força da enorme torcida, a bola que se joga hoje no Rio de Janeiro é quadrada.

O Botafogo é aquele time amedrontado e desacreditado até pela própria torcida. Um clube que, quando se vê ameaçado de ganhar alguma coisa, trata logo de perder jogos fáceis, a fim de manter a rotina de derrotas e o folclore que se formou em torno de si. O Vasco, atolado em décadas de incompetência administrativa, se vê agora na iminência de se tornar um Santa Cruz, time pernambucano que tem uma torcida gigantesca, mas que se apequenou ao longo do tempo. O time de São Januário que se cuide, da forma como é gerenciado, se cair, será difícil subir. O Fluminense tem uma administração inexplicável: o patrocinador é o dono do time. Não sabemos onde começa um e termina o outro. Esse tipo de gestão predatória que troca uma estrutura permanente pelo dinheiro rápido e fácil funciona a curto prazo. Quando o investidor se desinteressa e vai embora, o dinheiro some e o time cai.

Agora que o futebol deixou de ser a cara do Rio, precisamos encontrar um esporte que o represente. Sem nada de pejorativo, eu recomendo o frescobol, aquele jogo no qual duas pessoas ou mais tocam uma bolinha de borracha com raquetes de madeira. O jogo é bom para os cariocas, porque nele não há vencedores nem perdedores. Dessa forma, não se corre o risco de cair para a segunda divisão.

É NESTA SEXTA, HEIM!


O sorteio dos grupos da Copa do Mundo não é neste domingo, heim, como diz a garota-propaganda do plano de capitalização aqui de Brasília. É na sexta, e já tem gente querendo enforcar a quinta para acompanhar. Uma tenda de plástico foi improvisada na Costa do Sauípe para o evento que é mais aguardado que a Mega-Sena acumulada.

Saberemos quem ficará no grupo da morte. Pode ser ruim para nós se ficarem Brasil, México, Holanda e França. Mas, pode ser bom se sair Argentina, México, Holanda e França. As chances de Dilma Rousseff ser reeleita no primeiro turno aumentam se ficarmos no grupo de Irã, Argélia e Honduras. O sorteio será tão emocionante que José Genoino entrou com um pedido no STF para assisti-lo em Paris. Segundo o petista, só os ares refrescantes do Rio Sena e a competência dos cardiologistas franceses poderão restaurar a saúde debilitada dele. Além do mais, para Genoíno, grupo da morte, na verdade, é esse formado pelos moradores que ele encontrou na Papuda.