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Ex-presidente do Goiás recorda o dia em que deu emprego a Felipão

Técnico não ganhou título, mas lançou Túlio Maravilha como profissional, e, hoje, investe no mercado imobiliário de Goiânia

Marcos Paulo Lima - Enviado especial - Correio Braziliense

Publicação:

11/06/2013 12:15

 

Atualização:

11/06/2013 12:23

Goiânia — No 10º andar de um condomínio no Setor Bela Vista, na capital goiana, um senhor de sapato, calça social, camisa amarela, cabelos brancos e fala mansa mergulha no túnel do tempo para contar histórias de uma amizade iniciada por acaso, há 24 anos. Vizinho do Estádio da Serrinha, local do penúltimo treino da Seleção Brasileira antes da viagem de ônibus para Brasília, hoje, às 15h, Pedro Goulart, ex-diretor e ex-presidente do Goiás, conta emocionado ao Correio o dia em que conheceu e contratou Luiz Felipe Scolari para ser o treinador alviverde. “Quem deu início à projeção dele fomos nós, do Goiás. Em 1988, eu era diretor de Futebol e o contratei para ser o técnico. Nós tínhamos acabado de demitir o Milton Buzzetto e procurávamos um substituto. Um amigo do Felipão chamado Davi Berlim me ligou, indicou o nome dele e fechamos o contrato na hora”, lembra o conselheiro vitalício, aos 72 anos.

Quarentão, Scolari tinha seis anos como treinador e chegou ao Goiás com a fama de ter levado o Grêmio ao título gaúcho em 1987. O sucesso não se repetiu na rápida passagem pelo esmeraldino. Em vez de títulos, ele deixou como legado um artilheiro. Túlio Maravilha, à época uma promessa das divisões de base, foi lançado no time profissional justamente pelo atual técnico da Seleção Brasileira. “A passagem do Felipão pelo Goiás foi muito rápida, porém, suficiente para selar uma grande amizade e colocar na vitrine um dos maiores goleadores da história do clube”, recorda Pedro Goulart.

Apesar da curta parceria, o dirigente teve sensibilidade para identificar três qualidades em Felipão. “Naquela época, ele já era esse trabalhador sério que vocês veem hoje. Além disso, tinha fé. Desde aquele tempo, ele adorava ir até a cidade de Trindade (a 18km de Goiânia) para rezar. A terceira qualidade é a sorte. “Felipão saiu de Goiânia para ganhar dinheiro”, diz. O técnico trocou o Goiás pelos petrodólares do Qadsia, do Kuweit. “Transparente, ele nos apresentou a proposta e pediu conselho ao Hailé Pinheiro. O presidente disse na mesma hora: ‘vá’. E ele foi”, diverte-se Pedro Goulart.

Felipão ganhou o mundo, dinheiro e não deu as costas a Goiânia. Grato, reinveste na cidade. “Ele gosta de aplicar em lotes e áreas residenciais”, conta Pedro Goulart. Na capital goiana, o treinador injetou grana no Residencial Boungainville, moderno condomímio de flats em uma região universitária. Além disso, é um dos proprietários do Goiânia Golfe Clube. Embaixador do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo — um dos hospitais mais modernos da cidade —, Felipão também cedeu a vitoriosa imagem à fracassada candidatura de Goiânia à sede da Copa de 2014.

 

Ronaldo de oliveira/CB/D.A Press
Pedro Goulart exibe um dos livros sobre o amigo Felipão: aposta nos títulos da Copa das Confederações no Mundial
 

 

Alfinetada
Fã de Felipão, Pedro Goulart só faz uma ressalva ao atual método de trabalho do comandante verde-amarelo. “Na época do Goiás, Felipão era mais liberal, simpático. Hoje, adora um treino fechado ao público. Se isso atrapalha, então deveriam proibir também a venda de ingresso no dia de jogo. O problema, na minha opinião, é que o futebol brasileiro virou um ninho de padre que quer ser papa”, provoca.

O Goiás, em parceria com o governo do estado, investiu R$ 4 milhões no Serrinha para receber os treinos da Seleção, mas Felipão só comandou um treino no espaço, alegando falta de privacidade. O estádio é cercado por prédios. A segunda atividade no local está agendada para hoje. “Tem muita gente que não gostou. Goiânia ficou fora da Copa do Mundo, foi anunciada como sede da Copa América, mas o torneio será no Chile. No fim, o torcedor ficou sem nada, até sem direito a ver a Seleção treinar”, reclama Pedro Goulart.

No estilo morde e assopra, o dirigente prevê mais glórias ao amigo Felipão. “Ele vai conquistar a Copa das Confederações e ficará com o time na mão para o Mundial. Ele realmente é a pessoa mais indicada para esse tipo de missão e percebeu que o elenco atual precisa ser um time, sem depender de A ou B.”

 

Leia a reportagem completa na edição desta terça-feira do Correio Braziliense

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